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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

DORIVAL COUTINHO DA SILVA

 

SÃO MIGUEL PAULISTA - SÃO PAULO

Professor com pós-graduação em Língua Portuguesa, premiado em vários concurso de poesias, entre os quais: "IV Encontro de Artes Adelpha Figueiredo/SP' (Medalh; de Prata), "I Concurso Paulista de Textos Populares" da Fundação Educar e "New Style de Poesias/SP' (1? e 2? lugares). Figura em 5 antologias poéticas. Atualmente,

escreve a coluna HUMOR EM TROVAS para o jornal "Notícias de Poá". É sócio da União Brasileira de Trovadores, seção de São Paulo. Em projeto os livros "Fragrâncias & Fla grantes" (poesias) e "Humor em Trovas".

 

 

 

ANTOLOGIA DE POETAS E ESCRITORES DO BRASIL. Selecionados pela Revista Brasília.  Volume XIII.  1990.    Organizada por Reis de Souza.  Brasília, DF: Grupo          Brasília     
de Comunicação Ltda, 1990.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

HUMOR EM TROVAS

 

 

Enquanto o Zé se arrebenta
sonhando em se aposentar,
deputado se aposenta
antes mesmo de sonhar.

 

 

Tem saúde quem se poupa
e da Aids se conscientiza:
quando ela tirar a roupa,
que ele coloque a "camisa"!

 

 

Meu amigo Juca Andrada
por ser fã do Airton Senna
quis imitá-lo na estrada...
Que Deus o tenha. Que pena!

 


No começo um só chuveiro

Pela manhã, dos quarenta
só toma banho o primeiro...
O restante apenas tenta.

 

 

O corpo humano me espanta
pela reação perfeita:
parte de mim se levanta
quando Maria se deita.

 

 

Trim, trim, trim.. É madrugada.
Sai da cama num pinote,
desce dois lances de escada,
pega o telefone... É trote!

 

 

Da janela, eu vi Maria
namoricando um soldado.
Dele mal se despedia,
chegou o seu namorado.

 

 

A calcinha eficiente
que resiste o sol e a chuva,
só não é tão resistente
ao calor de uma viúva.

Com o charme do presidente
a mulherada se inflama.
Quanto a mim, sou exigente:
— prefiro a primeira-dama!

 

 

Esse foi um dos natais
mais incríveis que passei:
sóbrio e sem comer demais,
sobrou-me tempo e... rezei.

Minha mão foi percorrendo
tuas curvas, bem ligeiro.
Foi descendo... foi descendo,
mas tua mão chegou primeiro.

 

 

O que eu demorava um mês
pra fazer com a namorada,
hoje eu faço de uma vez
quando danço uma lambada.

A situação é crítica:
para ter lugar ao sol,
ou se entra na política
ou se joga futebol.

Deu pane no elevador,
e cantei a ascensorista:
— É o destino, meu amor,
nem avise o eletricista!

 

 

Quem é pobre tem a manha
de ser bem prestigiado.
Vejam só numa campanha
como o pobre é disputado!

 

 

" Ver para crer" - diz o Roque,
desprezando o tato e o instinto.
Quanto a mim, se tomo um choque,
acredito no que sinto.

Ela imitando o meu gesto
despiu-se toda. E amigo foi                                     pra cama...    Quanto ao resto,

adivinhem - pois não digo!

 

 

No meu tempo, o que uma saia
me obrigava a adivinhar,
eu só veria na praia
ou depois de me casar.

 

 

FIADO SÓ AMANHÃ
diz a placa na vidraça.
Mas quando vai minha irmã,
não sei por quê — é de graça!

 

 

Ser ou não ser! Meio termo
é pura indefinição:
quem pilota mais ou menos
transporta alguém no avião?

 

 

"BOM DIA!" - diz dona Vera
ao encharcado carteiro.
Mas ele responde: — Espera
parar a chuva primeiro!

 

 

Folia samba com a escola,
com a mulata sambo eu,
jogador samba com a bola,
samba sem par quem bebeu.

 

 

Ao viajar com a família
deixando fechada a casa,
convém levar a mobília
que, sozinha, cria asa.

 

Há quem arrisque prever,
com essa onda de assalto,
que as crianças ao nascer
já virão de "mãos por alto".

 

 

 

TROVAS DE CIRCUNSTÂNCIA

rRegistram fatos ocasionais, um momento histórico, como a
transição presidencial, por exemplo que foi tema explorado
mestas trovas publicada em janeiro de 1990:

 

 

Em Brasília, o novo eleito
ajeita os seus aposentos.
Mas, se ao Brasil dará jeito,
aí são outros quinhentos.

A sabedoria antiga
diz que se nasce aos 40.
Fernando Collor que o diga,
pois Brasília o amamenta.

 

 

Ninguém sobe, no Brasil,
de faxineiro a gerente.
Mas houve alguém que subiu
de play-boy a presidente!


Sarney, de mala na mão,
em Brasília já não cabe;
de regresso ao Maranhão
vai fazer o que ele sabe.

 

Zé Sarney tinha a mania
de escrever e de pintar.
Ele pintava e escrever
sem tempo de governar.

 

Eu ouvi ( onde não sei )
que bigode impõe respeito.
Mas, pensando no Sarney,
sei que não ouvi direito.

 

 

*

 

 

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Página publicada em fevereiro de 2021


 

 

 
 
 
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